Hoje trago para vocês uma das grandes influências na vida do Rouxinol. Filmes. Volta e meia trarei ao Canto alguma resenha de filme que as pessoas não podem deixar de assistir. Filmes excelentes, com atuações maravilhosas e grandes histórias. O filme de hoje foi visto por mim há pouco tempo, mas de tão impactante, ainda não consegui esquecer as cenas. Assim é Outra História Americana (American History X), de 1998, do diretor Tony Kaye (que não conheço muito, mas passei admirar depois desse trabalho).
O filme, estrelado por Edward Norton, (indicado ao Oscar pelo longa) serve como um retrato de uma sociedade underground das mais perigosas e restritas que existem: os Skinheads. Norton é Derek Viniyard, um skinhead tratado como uma lenda na cidade onde mora, visto que ele, quando mais novo e após perder o pai, foi apadrinhado por um homem com propostas Neonazistas. Derek viu ali a descarga de todos seus problemas, e passou a aliciar os outros jovens da cidade a tomarem parte na Mein Kampf do próprio contra quase toda a sociedade: negros, judeus, hispânicos (Border-jumpers, puladores de fronteira, como Derek os chama). Até que Derek é preso, e ao voltar, descobre que seu irmão mais novo Danny (Edward Furlong) também se entregara ao movimento Neo-Nazi. Reformado, Derek tenta impedir seu irmão de seguir o mesmo caminho trágico que ele.
A narração é feita em tempo presente em cores, e flashbacks em preto e branco (onde as cenas realmente fortes se passam), e do início ao fim, o filme é uma porrada visual. Derek tem uma suástica tatuada no peito, e como sempre aparece sem camisa, aquilo soa até como uma provocação aos mais puritanos que forem assistir. Além disso, citações e imagens de violência, e tortura psicológica surgem aqui e ali no filme, mostrando realmente um retrato daquela sociedade. Como defensor do Anti-semitismo, Derek pronuncia suas razões e motivos pra tudo aquilo com uma paixão e voracidade, que é até difícil de acompanhar, e ao mesmo tempo discordar do que ele fala. O Rouxinol não apóia, obviamente, qualquer tipo de preconceito, desde o mais sutil aos Skinheads, mas a narrativa de Derek realmente te traz pra dentro do filme. Ao voltar então da prisão (que também é mostrada nos flashbacks), ele finalmente se afastara do movimento, e percebe o monstro que ajudara a criar: as reuniões de jovens de cabeça raspada se alastram por toda a região, com bandas cantando hinos nazistas, e tudo mais. E no meio disso tudo, está o maior admirador de Derek, e o mais influenciado: Danny.
Contar mais seria destruir a magia dessa sinopse, mas aí está uma boa sugestão de filme para se assistir, se pensar a respeito, e principalmente, se digerir. Poucas vezes se vê no cinema uma representação tão fiel de ódio puro e indiscriminado como essa. Sua mente é apertada com todo o peso do filme o tempo todo, e quando você acha que as coisas podem melhorar, nada te prepara para o final. Nada MESMO. O Rouxinol recomenda, batendo as asas.
Segue o trailer para quem quiser caçar o filme. Imperdível!
Esse filme é muito bom. Recomendo também.
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